sábado, 19 de novembro de 2011

A arte de Educar com Amor.

Educar é um ato de amor e, para educar crianças é necessário, sobretudo, amá-las profundamente”.             


                                                                                                       Paulo Freire


   Na sociedade atual, estamos vivendo um momento de profundo egoísmo nas relações humanas. As pessoas estão constantemente em busca de realizações pessoais, sem contar com a presença do outro em suas vidas. Quando este outro é notado, é visto na maioria das vezes, como um obstáculo a ser superado, ou como um degrau a ser ultrapassado para que não impeça a ascenção de cada qual que busca, cada vez mais, ser destaque na sociedade em que vive.
Dentro do campo educacional, não estamos fugindo muito da regra acima. A humanidade está passando por uma crise existencial profunda. Podemos afirmar que muitos profissionais de diversas áreas deixaram de ter na força do seu trabalho, o meio de sua realização como pessoa humana. Foram sucumbidos pelo pensamento dominante do modelo capitalista vigente, venderam o que possuem de mais humano, que é o seu trabalho. Partindo do pensamento de Paulo Freire, que afirma que educar é um ato de amor, poderíamos refazer, como educadores, a forma de pensar vigente e passar a agir de maneira diferente. Utopia? Acreditamos que não. Seria ousar pensar e agir diferente do que a sociedade nos impõe.
Em primeiro lugar, devemos procurar enxergar a escola, como um espaço de crescimento e, poder compreender que, todos os que estão presentes nela, são gente como nós. Saber valorizar o outro, sua individualidade, seu modo de ser. Partir para um trabalho cooperativo, e isso vão fazer com que o ambiente escolar seja prazeroso, interativo e amigável. A partir daí, vamos começar a reaprender a amar nosso trabalho, sentir que a partir desta força, podemos modificar uma parcela da sociedade e começaremos a  nos sentir úteis e motivadores de mudanças sociais relevantes.
Em segundo lugar, buscar praticar o amor. Paulo Freire já nos diz que, para educar as crianças, devemos amá-las profundamente. Trabalhar com educação sem amor é o mesmo que trabalhar em uma padaria sem farinha. Parece uma comparação simplória, mas bem compreensível. Como fazer pão sem farinha? E como educar sem amor? Ambos são impossíveis. Por isso, devemos amar as crianças e todos os que estão conosco neste processo de construção do conhecimento. Trabalhar com amor é uma maneira de ter mais desejo de crescer e ajudar ao outro neste processo. Torna tudo mais leve e mais terno.
Por fim, devemos nos aproximar de sentimentos que elevem nossos pensamentos para a prática do bem. Mesmo em uma sociedade deteriorada pelo egoísmo, através da educação, podemos mudar muitos costumes e influenciar em muitas vidas. Importa saber ouvir e respeitar o outro e expor nosso modo de vida, de forma que estimule o outro a absorver ideais mais nobres.

Por Márcio Luiz Domingues
Aluno de Pedagogia UFJF.



Referências bibliográficas:


ENGUITA, Mariano Fernández. A face oculta da escola: educação e trabalho no capitalismo/ trad. Tomaz Tadeu da Silva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Edição 11. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança. 1. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1992.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Edição 12. Rio de Janeiro, Paz e Terra.





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