sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O cidadão global e a ecopedagogia

                                                                                   Por: Adelson da Costa Fernando


Somos cidadãos do mundo, pois não existe mais fronteira de comunicação e de pertença na tecnologia virtual da rede mundial de computadores. Precisamos, então, estar cientes de nossos direitos e deveres e procurarmos uma forma de criar e implementar novos direitos e deveres para se exercer com maior plenitude a cidadania mundial.

A nova face da cidadania, que ora se forma, é uma face mais solidária em que o cidadão não se relaciona apenas com o Estado ou com uma comunidade política e econômica, mas se estabelece um novo relacionamento entre o cidadão e a generalidade humana. O cidadão deve empenhar-se na conquista deste direito fundamental participando ativamente das ações voltadas à proteção do meio ambiente; é a necessidade de uma cidadania eminentemente participativa em que o indivíduo não apenas cobra do Estado, mas age diretamente na realidade que o cerca em prol da construção de um ambiente saudável.

Deste modo, o cidadão planetário vive em contato e comunhão com a natureza, sentindo-se parte dela; vive a vida como processo; preocupa-se e vigia o poder, suspeita da hierarquia e de sua utilização para dominar os demais; não é dogmático, é flexível, e deve estar aberto para o novo; tenta ser solidário na medida do possível; desconfia da burocracia e apresenta autoconfiança no valor de sua própria experiência.

O cidadão global defende a idéia de que é com ecopedagogia que se desenvolve a solidariedade e a cidadania planetárias. Trata-se de uma opção de vida por uma relação saudável e equilibrada com o contexto, consigo mesmo, com os outros, com o ambiente mais próximo e com os demais ambientes; sabe que ela implica, assim, numa mudança radical de mentalidade em relação à qualidade de vida e ao meio ambiente, do tipo de convivência que mantemos conosco, com os outros e com a natureza.
Com a ecopedagogia podemos reeducar o nosso olhar, desenvolver atitudes ecologicamente corretas, evitando agressões ao meio ambiente e aos viventes, o desperdício, a poluição sonora, visual, a poluição da água e do ar etc. Uma educação para a cidadania planetária tem por finalidade a construção de uma cultura da sustentabilidade, da biocultura, uma cultura da vida, da convivência harmônica entre os seres humanos e entre estes e a natureza.

A educação torna-se importante para a implantação de uma nova consciência mundial nas futuras gerações e para a discussão das questões que constituem obstáculos à construção de uma sociedade mais justa, ética e próspera. Sobretudo, podemos pensar num futuro que ofereça possibilidades para todas as pessoas, em qualquer lugar do planeta. O nosso anseio é por um mundo novo, mas precisamos admitir que mudança se faz de baixo para cima. A democracia tem que ser exercida em diferentes níveis, no país e no global, em casa e na cama, na esfera privada e pública. A cidadania planetária é uma utopia necessária para nós hoje.

Mas de nada adianta pensarmos na ecologia e no meio ambiente se não pensarmos também no homem enquanto ser ecológico e que pertença ao meio ambiente. É urgente cuidar também do homem, excluído desse sistema perverso proporcionado pelo neoliberalismo de mercado.

Fonte: http://portalamazonia.globo.com/pscript/artigos/artigo.php?idArtigo=375


Maíra Saporetti

Nenhum comentário:

Postar um comentário