domingo, 6 de novembro de 2011

Educar com amor: uma maneira ousada de ser educador.

Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.”    
                                                                                                                  Paulo Freire 


Nos dias atuais, onde a força do sistema capitalista tira do ser humano sua maior dignidade, que é sua realização como um ser completo, através do seu trabalho, uma proposta como esta de educar com amor é mesmo uma ousadia. Sabemos que o trabalho e a educação são atividades específicas do ser humano. Como afirma  Saviani “apenas o ser humano trabalha e educa”. Neste caso, como profissionais da área de educação, vislumbramos nesta profissão, nossa realização como pessoas humanas a partir do nosso trabalho como educadores. Entretanto, dentro de uma sociedade onde a força do trabalho é baseada no critério da exploração, de forma que os indivíduos são forçados a vender esta força a uma classe dominante e, a partir daí, a maioria esmagadora da humanidade vai entregando-se ao desanimo, alienando-se cada vez da sua verdadeira identidade.
Como educadores, somos convidados a usar de nossa força de trabalho de maneira diferente. Partindo de uma visão humanista, voltada para a educação, somos convidados a entendermos que as pessoas são únicas e possuem, cada uma, individualidade própria. O educador que trabalha com uma pedagogia humanista, vai buscar dar ao aluno o estímulo do aprendizado, respeitando a particularidade de cada um, estimulando o desenvolvimento do estudante como pessoa, dentro da sociedade.
Dentro desta idéia, a proposta de uma educação com amor, torna-se  possível. Em primeiro lugar, vamos saber usar nossa força de trabalho como fonte de crescimento pessoal, não cedendo às pressões da sociedade capitalista em que vivemos. Não vamos vender um dos atributos mais importantes que temos, mas vamos fazer uso do mesmo para moldarmos nossa existência de maneira consciente e libertária. Em segundo lugar, a partir do respeito à nossa vida e à vida dos demais, vamos exercer um trabalho objetivando a integração dos alunos, professores, escola e sociedade em geral, sempre em busca de um equilíbrio satisfatório, preservando e valorizando as diferenças e individualidades de cada ser humano.



Márcio Luiz Domingues
Aluno de Pedagogia/UFJF

2 comentários:

  1. Muito bom Márcio!
    Mudar esse paradigma de exploração do nosso bem maior(trabalho), o transformando em algo valoroso para nós e para o educando, deve ser uma das metas de nós educadores.
    Maíra

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  2. Adorei Márcio, gosto da sutiliza de Freire ao tratar de assuntos tão pontuais.
    Abraços!
    Leila

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