terça-feira, 1 de novembro de 2011

FIB - Felicidade Interna Bruta

Felicidade Interna Bruta

“Não existe idéia mais bem-sucedida que aquela para a qual o tempo chegou”

(Victor Hugo)



O “Reino da Felicidade” utiliza como medida de sua riqueza o Índice de Felicidade Interna Bruta – FIB. Não, não é um conto de fadas, o país que carrega o codinome mencionado é o Reino Budista do Butão, situado na Ásia. “Ciente da importância de ter súditos felizes, Jigme Singye Wangchuck, o rei do Butão, criou há mais de 30 anos um índice de desenvolvimento social baseado em pesquisas que procuram mapear o que pode trazer felicidade para seu povo. O FIB, ou Felicidade Interna Bruta, tornou-se então o fator determinante na aplicação das políticas governamentais desse minúsculo reino de orientação budista entre a China e o Tibete.” (http://vidasimples.abril.com.br)

Enquanto o Brasil e diversos países utilizam o Produto Interno Bruto – PIB como medida de riqueza, representando a soma de todos os bens e serviços finais produzidos nestas regiões (durante um período determinado), o Governo Butanês corre na direção oposta da globalização social e sustenta intencionalmente um isolamento cultural, sendo que “diferentemente dos índices econômicos tradicionais, o FIB inclui também questões inteiramente subjetivas, como taxas de emoções negativas e positivas da população, avaliação da saúde mental, social e espiritual dos habitantes ou possíveis causas geradoras de estresse”. (http://vidasimples.abril.com.br)

Percebe-se que onde o PIB é o método utilizado, a sociedade, em sua maioria, se considera infeliz. Muitas cidades brasileiras com alto índice no PIB “continuam carentes de água, luz, escolas, saúde, segurança, habitação, lazer e outras amenidades hoje consideradas importantes para a felicidade.” (Revista Viver, Junho 17 – 2011)

A ideologia do FIB é muito bonita, mas é viável em uma cultura como a brasileira? Uma sociedade que cultiva valores como cobiça, ambição e competição como degraus para a felicidade se encaixaria no perfil do FIB? “Uma conferência em junho de 2008 foi organizada para se repensar a definição de progresso e nela índices como o PIB, que hoje norteiam as decisões de políticas governamentais, duramente criticados. Esse índice está cada vez mais relativizado por outros indicadores, como o IDH, que mede o índice de qualidade de vida, incluindo a educação e a expectativa de vida como fatores de desenvolvimento, e o FIB. Sinal de que o mundo está mudando. As Nações Unidas estão cada vez mais interessadas em internacionalizar o FIB”. (http://vidasimples.abril.com.br)

Considerando que para o FIB ser utilizidado é necessário mudar a cultura tradicional de uma sociedade como a brasileira. É preciso ter calma e reestruturar sua base, a educação. Em uma pesquisa do mesmo site citado, a pergunta era “Uma educação de primeira contribui para sua felicidade?” Onde 72% consideraram essencial, 25% importante, 2% razoável e 1% indiferente.

“As pesquisas sobre felicidade, no entanto, não apóiam a idéia de os governos adotarem a sua busca como meta. Ensinar, nas escolas, fatores que contribuem para alcançá-la pode ser medida muito mais eficaz. Mesmo porque, embora ser feliz seja o desejo de muitos, há aqueles que querem ser o mais rico, o mais poderoso, o mais bonito, o mais isso e aquilo, e a literatura sugere, também, que esses tendem a ser dos mais infelizes.” (Revista Viver, Junho 17 – 2011) É na escola que os perfis sociais começam a ser formados.

Na Escola Summerhill (http://www.summerhillschool.co.uk), criada por Alexander Neil (1883 – 1973, http://educarparacrescer.abril.com.br) a ênfase do ensino não é a base curricular, mas sim a difícil arte da convivência social, não que o aprendizado do currículo padrão (Matemática, Português, Ciências, História e Geografia) seja descartado, mas a escola vai além e busca a essência da intelectualidade de seus alunos. Neil não tentou educar as crianças para que estas se ajustassem adequadamente à ordem vigente tampouco a uma sociedade idealmente concebida. Seu objetivo consistiu na educação de crianças para que se tornassem seres humanos felizes, cuja noção de valores não fosse baseada na propriedade, no consumo, mas no ser.

Neil utiliza como método a abordagem humanista (Humanismo em http://pt.wikipedia.org), onde o ensino é centrado no aluno. Assim como Summerhill, existem diversas escolas humanistas, a Escola da Ponte (http://www.escoladaponte.com.pt) em Portugal ficou famosa por “regenerar” jovens infratores e violentos através da abordagem humanista.

Um doa maiores pensadores do Humanismo, Carl Rogers (http://revistaescola.abril.com.br), acreditava que o Mundo e o Homem estão em constante construção e é o próprio Homem que configura o Mundo. O Homem tem consciência de que é um projeto permanente e inacabado, busca seu próprio desenvolvimento através da experimentação. Ao experimentar, conhece. A concepção de Mundo é relativa, cada Homem enxerga o mundo baseado em suas experiências pessoais. Levando em conta que a curiosidade é natural ao Homem, buscamos este conhecimento por impulso.

Por isto, o Humanismo oferece condições que possibilitem a autonomia do aluno, intencionado para um desenvolvimento intelectual e emocional pleno. Nesta abordagem a sensação de felicidade plena é o objetivo do aprendizado. Tudo que estiver a serviço do crescimento pessoal, interpessoal e intergrupal é educação. O professor elabora um ambiente propício ao aprendizado, para o aluno buscar o conhecimento. Não transmite o conteúdo com o objetivo do aluno decorar até uma futura avaliação e depois esquecer o que deveria ter aprendido.

O professor que auxilia, induz o aluno a obter a resposta sozinho e ter prazer pelo que está aprendendo, pois é na experimentação do ambiente que o aluno compreende. Diferente do padrão atual de ensino, em que moldamos nossos alunos para passar em avaliações como vestibular, dentro de uma abordagem comportamentalista (Comportamentalismo em http://pt.wikipedia.org) sem levar em conta a formação emocional do Homem, mas somente suas conquistas materiais.

De acordo com o FIB, a conquista da riqueza material não pode afetar a saúde física ou emocional, comprometer o uso equilibrado do tempo ou interferir no tempo dedicado às práticas espirituais. As atividades econômicas, mesmo que rentáveis, também não podem prejudicar o meio ambiente ou causar danos sociais. A Educação Humanista pode ser o princípio de uma mudança social para utilizarmos o FIB como medida nacional. Conquistando uma sociedade mais igualitária, consequentemente com pessoas mais felizes. É reeducando o “futuro da nação” que, á longo prazo, poderemos obter respostas para as dúvidas que criadas.



Questionário de Índice de Felicidade Interna Bruta - FIB

As nove dimensões da felicidade de um país estão contidas nos seguintes itens:

1.Padrão de vida econômica
2. Educacão de qualidade
3. Saúde
4.Expectativa de vida e atividade comunitária
5.Protecão ambiental
6.Acesso à cultura
7.Bons critérios de governanca
8.Gerenciamento equilibrado do tempo
9.Bem-estar psicológico
(http://vidasimples.abril.com.br)







Leila Barbosa Miana

Estudante de Pedagogia / UFJF

leilamiana@gmail.com

educar.amor@hotmail.com

24 de Junho de 2011

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